Índice de juros do cartão de crédito rotativo alcança 447,7% em abril, o maior em seis anos

Segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central, os brasileiros que utilizaram o crédito rotativo do cartão de crédito em abril se depararam com uma taxa média de 447,7% ao ano, o nível mais alto desde março de 2017 (490,33%).
Com o aumento da taxa média de juros do cartão, um consumidor que entra no crédito rotativo com uma dívida de R$ 1.000 terá que desembolsar R$ 4.903,30 para liquidar o saldo devedor com a instituição financeira após um ano.
Os números das estatísticas monetárias e de crédito revelam que a taxa atual é 14,4% maior do que a registrada em março (433,3% ao ano). Nos últimos 12 meses, houve um aumento de 83,7%.
A cobrança exorbitante de juros do crédito rotativo tem gerado discussões entre o governo e o setor financeiro para a eliminação dessa modalidade de crédito. A proposta está sendo debatida por um grupo de trabalho formado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o Ministério da Fazenda e o Banco Central.
No caso do cartão de crédito parcelado, houve um aumento de 7,5%, elevando a taxa média para 200,7% ao ano em abril. Nos últimos 12 meses, a variação dessa modalidade de crédito foi de 25,2%. Com esses aumentos, a taxa média cobrada em todas as modalidades de cartão é de 104,8% ao ano, após um aumento de 2,4% no mês.
Cheque especial
Os dados também mostram um aumento de 3,9% na taxa média de juros cobrada no cheque especial, que atingiu 134% ao ano em abril. Esse patamar, 1,3% maior do que há 12 meses, é inferior ao alcançado em fevereiro (134,7% ao ano).
O crédito rotativo do cartão de crédito e o cheque especial são as modalidades de crédito mais utilizadas em momentos de dificuldade e, portanto, têm as taxas de juros mais altas do mercado.
Opção
Para evitar as taxas exorbitantes, o consumidor pode optar pelo empréstimo consignado, uma modalidade que oferece desconto direto na folha de pagamento. Em abril, a taxa dessa linha de crédito diminuiu 0,5%, passando de 26,4% para 25,9%.
Dentro do empréstimo consignado, as taxas variam de acordo com os grupos de profissionais, sendo a menor delas cobrada dos servidores públicos (24,6% ao ano). Para os beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e trabalhadores do setor privado, as taxas são de 25,5% e 39,2% ao ano, respectivamente.